Manual de Processo Penal
André NicolittPrefácio
Prefaciando livro anterior do amigo André Nicolitt, privilegiei falar do autor, sempre surpreendente. Agora, surpreendido por seu Manual de Processo Penal, opto por falar do produto do seu trabalho, resultante da sua experiência como magistrado e professor dedicado.Decididamente, este não é um livro a mais em nossas abarrotadas livrarias. Decididamente, este manual é diferente. Aqui, não encontramos a mera transcrição dos dispositivos do Código de Processo Penal, com uma roupagem de texto sistemático. O livro de André Nicolitt é muito distinto dos tradicionais manuais. Confesso que fiquei surpreendido com o trabalho.
Na verdade, a extensão limitada que a estrutura de manual está a exigir não impediu que André Nicolitt tenha trazido à colação temas absolutamente novos na doutrina do nosso Direito Processual Penal, abordados dentro de uma perspectiva crítica e sistemática. Ainda que impedido de aprofundar todos os temas, o que só seria exigido em um tratado, o autor não deixou nada de fora, não passa ao largo de nenhuma controvérsia atual que apresente alguma relevância sistemática. O livro é de uma atualidade impressionante. Tem jeito, aparência e “cheiro de novo”. O jovem Nicolitt é possuidor de ideias novas e isso está claramente retratado na sua obra, presente e anterior. Provavelmente, para o estilo polêmico e contemporâneo, muito deve ter contribuído o seu curso de doutorado em Portugal, que está prestes a terminar.
Estava ansioso para poder concluir este prefácio pois, para tal, tive que ler o extenso manual de forma apressada. Agora, fico satisfeito de poder me deliciar com uma nova leitura, lenta, reflexiva e prazerosa. É um livro gostoso de ser lido, por sua estrutura sistemática, pelo estilo claro e direto do autor, bem como pela modernidade dos temas tratados, conforme salientado acima.
(...)
Afrânio Silva Jardim (Livre-docente em processo penal pela UERJ e Mestre em Direito das relações sociais pela Universidade Gama Filho (UGF).)